ÁLVARES DE AZEVEDO (1831-1852)
LINKS:
AZEVEDO, Álvares. Lira dos Vinte Anos:
http://virtualbooks.terra.com.br/freebook/port/lira_dos_vinte_anos.htm
CARONE, Modesto. "Álvares de Azevedo: um poeta urbano":
http://almanaque.folha.uol.com.br/carone10.htm
INTRODUÇÃO À LIRA DOS VINTE ANOS
Cantando a vida, como o cisne a morte.
BOCAGE
LAMARTINE
São os primeiros cantos de um pobre poeta. Desculpai-os. As primeiras vozes do sabiá não têm a doçura dos seus cânticos de amor.
É uma lira, mas sem cordas; uma primavera, mas sem flores; uma coroa de folhas, mas sem viço.
Cantos espontâneos do coração, vibrações doridas da lira interna que agitava um sonho, notas que o vento levou — como isso dou a lume essas harmonias.
São as páginas despedaçadas de um livro não lido...
E agora que despi a minha musa saudosa dos véus do mistério do meu amor e da minha solidão, agora que ela vai seminua e tímida, por entre vós, derramar em vossas almas os últimos perfumes de seu coração, ó meus amigos, recebei-a no peito e amai-a como o consolo, que foi, de uma alma esperançosa, que depunha fé na poesia e no amor — esses dois raios luminosos do coração de Deus.
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