sábado, 29 de novembro de 2008


JUNQUEIRA FREIRE (1832-1855)


Poeta baiano, nascido em Salvador, foi acometido desde a infância por problemas cardíacos, fato que o levou a concluir os estudos primários de forma irregular. Por pressão familiar, ingressou na "Ordem dos Beneditinos", em 1851. Porém, na clausura do Mosteiro de São Bento de Salvador, o jovem poeta sentia faltar a vocação monástica, o que o converteu num homem em quem o conflito matéria x espírito era notável. Dois anos após o ingresso no mosteiro, pediu a secularização que seria outorgada apenas no ano seguinte, permitindo libertar-se da rígida disciplina monástica, embora ainda permanecesse sacerdote por força dos votos perpétuos. É nesta fase final que prepara as Inspirações do Claustro, obra impressa na Bahia pouco tempo antes de sua morte, ocorrida em 24 de junho de 1855, aos 23 anos, motivada pelas enfermidades cardíacas que o atormentaram por toda a vida.



Os conflitos e incertezas metafísicas que faíscam nos poemas deixados por este jovem poeta não passaram desapercebidos por Machado de Assis, que sobre ele declarou: "Contrário a si mesmo, cantando por inspirações opostas, aparece-nos o homem através do poeta romântico".


Figura emblemática da Segunda Geração do Romantismo no Brasil, o Poeta-Monge canta o desespero na solidão. Isolado em seu claustro, longe das urgências mundanas, o Poeta-Monge sente reverberar em si todo o conflito moral entre matéria e espírito - tema característico desta fase do Romantismo.
Como escreve o Poeta-Monge no "Prólogo" às Inspirações do claustro, "cantei o monge, porque ele é escravo, não da cruz, mas do arbítrio de outro homem. Cantei o monge, porque não há ninguém que se ocupe de cantá-lo. E por isso que cantei o monge, cantei também a morte. É ela o epílogo mais belo de sua vida: e seu único triunfo."




LINK PARA INSPIRAÇÕES DO CLAUSTRO:

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